quinta-feira, 24 de julho de 2014

Ele até tenta viver da mesma forma de outrora. Não tem jeito.
Não aprecia as mesmas coisas, não passa pelas mesmas ruas,... Mudou até seu jeito de andar. Foca apenas no destino. O trajeto perde a graça quando se admira a paisagem sozinho.
É estranho como a solidão transformou aquele homem. Ele está só sem estar sozinho.
Não quer ter lembranças, não juntou os pertences do passado e sequer faz questão de ter de volta o que viveu um dia. Ainda assim, sente falta.
Sabe perfeitamente que a vida de antes não se encaixa na pessoa de hoje. Ainda assim, não deixa de pensar nas possibilidades.
Os homens são verdadeiros idiotas. Todos eles.
Como todo verdadeiro homem, ele se humilhou motivado pela saudade e pela dependência. Foi, assim, algo que jamais pensara em ser. 
É incrível como todos os homens se permitem o sofrimento. Cobrem com uma fina camada de areia uma dor imensurável. Tufões de lembranças a expõe covardemente, afinal, a mais leve brisa seria suficiente.

domingo, 30 de outubro de 2011

Lógico que, de tempos em tempos, tudo se renova. As pessoas entram e saem das nossas vidas, nem sempre com algum aviso prévio.
O resultado dessa sequência pode ser o mais variado que se possa imaginar. Da completa indiferença até o sofrimento insuportável.
Há vezes que a despedida vem ao acaso. Há vezes em que sequer é notada de imediato.
Parece que eu não tive a sorte de viver esse tipo de despedida. Pior, sou eu quem as causa.
Sempre acompanhadas de um arrependimento profundo, as despedidas vão acontecendo, e a vontade de voltar atrás, matando aos poucos. Sim, é essa ânsia de recomeçar que nos mata, assim como todos os outros desejos impossíveis.